ESBOÇO 797
TEMA: A SALVAÇÃO PREFIGURADA NO SACERDÓCIO LEVÍTICO. TEXTO: HEBREUS 7:21
A salvação é prefigurada de uma maneira muito clara no sacerdócio
levítico, prefiguração esta que oferece muitos detalhes específicos sobre os
diversos aspectos da salvação realizada na Cruz do Calvário por Jesus, o Sumo
Sacerdote da nossa confissão (Hb 3:1).
I. CONSTITUIÇÃO DO SACERDÓCIO LEVÍTICO.
1. O sumo
sacerdote. Era constituído, para ser mediador entre Deus e os homens (Hb 5:1),
no tocante a expiação do pecado; portanto, uma figura de Jesus, o único
Mediador entre Deus e o pecador (I Tm 2:5; Jo 10:10; 14:6).
2. A expiação do
pecado. Esta era a função principal do sacerdote (Hb 8:3). Ao fazer este
trabalho para si e o povo, os pecados eram perdoados (Lv 4:20, 26,31; 5:10, 13;
16:18). Aquilo era um adiantamento do preço do perdão de Deus, que Jesus
pagaria com seu próprio sangue na “plenitude dos tempos” (At 20:28; Gl 4:4).
Quando Cristo realizava seu ministério terreno, Ele tinha uma responsabilidade
dupla: Cumprir o que os salvos do Antigo Testamento esperavam, pois eram
perdoados na esperança de que alguém no futuro pagasse o preço do perdão (Rm
3:25), o que foi feito por Jesus com o seu próprio sangue; propiciar a salvação
para os que existiam em seus dias e viveriam depois dele, como nós.
II. SEMELHANÇA ENTRE OS SUMOS SACERDOTES, ARÃO E
JESUS.
“Entre muitas, a
semelhança principal entre Arão e Jesus, como sacerdotes, está no serviço
diante do Senhor, como mediadores entre o povo e Deus, para o perdão dos
pecados e a comunhão com o Criador (Hb 5:1; 10:21, 22). Outras podem ser vistas.
1. Na chamada.
Arão foi chamado por Deus (Hb 5:4); Jesus foi constituído Sacerdote pelo Pai
(Hb 5:5, 6).
2. Na
santificação. Arão foi lavado publicamente com água (Lv 8:6). Isto fala da
pureza e testemunho público. Jesus foi achado sem pecado pelos inimigos, (Mt 27:4,
19); demônios (Mc 1:13, 24); e o público em geral (Mc 7:37); por seus
seguidores (II Co 5:21); e Deus Pai (Mt 17:5).
3. Nas vestes. Era
uma roupa diferente em relação aos demais, chamada de “vestidos santos” (Ex
28:2; 31:10), e constituída de várias peças feitas conforme a revelação de Deus
(Ex 28:4-43), as quais mostravam o caráter e a natureza de Cristo. Vejamos
resumidamente esta simbologia:
a) Túnica de linho
(Ex 28:39). Sua pureza, perfeição e justiça (Hb 7:26; Ap 19:8).
b) Cinto de linho
(Ex 28:39). Seu serviço (Is 22:21; Lc 17:8; Jo 13:14; Fp 2:6, 7).
c) Manto do Éfode
(Ex 28:31-35). Sua procedência celestial (I Co 15:45-49).
d) Éfode (Ex
28:6-12). Sua natureza celestial e humana (Mt 3:15, 16; 8:24-26).
e) Peitoral (Ex
28:15-21). Seu amor (Mt 9:36; 14:14; 15:32; 20:34; Ap 1:5).
f) Mitra (Ex 28:38).
Sua obediência e santidade (At 3:14; Fp 2:6-8).
4. Na unção.
Depois de vestido deveria ser ungido com azeite (Ex 29:7), figura da unção que
caracterizou o ministério de Jesus (Lc 4:18; At 10:38).
5. Na consagração.
Algumas vítimas eram sacrificadas, que prefiguram a Obra realizada por Jesus. O
novilho (Lv 8:14-17), sacrificado pelo pecado do sacerdote. Uma parte era
queimada sobre o altar, e outra fora do arraial, como símbolo da expiação feita
no Gólgota (Hb 13:11-13); o primeiro carneiro (Lv 8:18-21) constituía o
sacrifício de cheiro suave, queimado totalmente sobre o altar, e prefigura a
entrega completa de Jesus no seu serviço (Ef 5:2; Fp 2:6-8); o segundo carneiro
(Lv 8:22-32), sacrifício de ação de graça, o seu sangue deveria ser colocado na
orelha direita, no polegar da mão direita, e no polegar do pé direito do
sacerdote, espargido sobre seus vestidos, isso significava o serviço do
sacerdote protegido e purificado pelo sangue do cordeiro (Ap 1:5; 22:14), e, no
tocante a Cristo, sua perfeição moral.
III. CRISTO, O SUMO SACERDOTE PERFEITO.
O sacerdócio de
Cristo é perfeito, eterno e supera o de Arão em:
1. Eficiência
maior. Arão sacrificava animais (Hb 9; 12,13), enquanto Jesus foi o próprio
Cordeiro (Hb 9:12, 14,23); Arão repetia os sacrifícios todos os dias (Hb 9:25;
10:1-3), enquanto Jesus ofereceu sua vida num único e definitivo sacrifício (Hb
9:28); Lugar. Arão entrava no lugar Santo dos Santos uma vez por ano (Hb
9:7), enquanto Jesus, ao morrer e ressuscitar penetrou no próprio Céu (Hb 8:1, 2;
9:24); Pecado. Arão tinha que apresentar sacrifício pelo seu próprio
pecado (HB 9:7), enquanto Jesus não necessitava disso, pois Ele não era o
culpado (Hb 7:26); Morte. O falecimento de Arão o impediu de sacrificar
(Hb 7:23), enquanto Jesus continua com seu ministério sacerdotal (Hb 7:24); Remoção.
O sacrifício de Arão não removia a transgressão (Hb 10:4, 11), enquanto o de
Jesus tira o pecado (Jo 1:29; Hb 10:12, 14)
2. Ordem maior.
Conforme a ordem de Melquisedeque (Hb 5:6, 10; 7:17) , um sacerdote completo.
3. Coisas
melhores. Através de um sacrifício melhor, para a salvação humana (Hb 9:23).
Cristo o nosso Sumo Sacerdote está nos céus, no verdadeiro Santuário, aonde
intercede por nós perante a face do Pai (Hb 9:24). Também nos constituiu
sacerdotes para Deus, a fim de vivermos ao redor do altar do Senhor com toda a
santificação, para honrar-lhe e também exercer este sublime ministério, em prol
dos pecadores “E Ele é a propiciação pelos nossos pecados, mas também pelos de todo o mundo” (I Jo 2:2).
Pr.
Elis Clementino.
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